Há as
alturas em que a falta de tempo ou as circunstâncias fazem escassear as
ocasiões de ir ao cinema. Todo o cinéfilo preguiçoso sabe bem que é imperioso
dispor de um arsenal de alternativas para ocasiões como estas. Em período de
festas e de digestões laboriosas, a atenção volta-se para o armário dos DVDs. Tokyo Twilight (1957) é um Ozu sombrio, invulgarmente cru e franco no
tratamento da desilusão amorosa e familiar. E Agora? Lembra-me (2013), de
Joaquim Pinto, objecto cinematográfico salutarmente inclassificável, tem como
grande mérito a recusa de tentar impor coerência à amálgama de impressões,
memórias, tomadas de posição e anotações diarísticas que o compõem. As festas
ainda estão para durar. Enquanto houver DVDs, há esperança. Bom ano.